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Transportadora do interior de São Paulo conta sobre os desafios e inovações nas empresas familiares

Transportadora do interior de São Paulo conta sobre os desafios e inovações nas empresas familiares

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De acordo com o relatório de inteligência divulgado pelo Sebrae em 2022, 90% dos negócios no Brasil são familiares, geram 75% dos empregos no país e contribuem com cerca de 65% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. No cenário internacional, segundo pesquisa desenvolvida pelo EY e pela Universidade de St. Gallen, da Suíça, as 500 maiores empresas comandadas por famílias empregaram, em 2021, 24,1 milhões de pessoas e tiveram o faturamento de aproximadamente 7,28 trilhões de dólares.

Carolina Resuto, que atua como gerente administrativo-financeiro numa empresa familiar de transporte rodoviário de cargas no interior de São Paulo, a NSLog, enfrentou mais desafios por ser filha do dono, mas não especificamente por ser mulher.

“Com o tempo e uma melhor compreensão da gestão da empresa, buscamos maneiras de administrar nossas duas funções, a minha e a do meu pai, sem comprometer nossos laços e relacionamento.”

Carolina Resuto

Carolina ingressou na NSLog como funcionária em 2003, após se formar em Ciências Econômicas. Embora ela tivesse planos de seguir uma carreira acadêmica, circunstâncias familiares a levaram de volta para Ribeirão Preto e para a empresa de transporte. Desde então, Carolina nunca deixou a empresa do seu pai.

Atualmente, a empresa possui filiais em São Paulo, Campinas, Bauru e Rio Preto, além de outros cinco pontos de apoio operacional em Araraquara, Monte Alto, Uberlândia, Goiânia e Brasília. Devido ao tamanho da transportadora, delegar funções e dar autonomia às filiais foi crucial para o crescimento do negócio e o bem-estar de seus gestores. “Não conseguimos estar em todos os lugares ao mesmo tempo”, ressalta Carolina.

Com o objetivo de otimizar os processos e impulsionar o crescimento da NSLog, há cerca de 3 anos, Carolina e a alta administração da empresa decidiram realizar algumas mudanças estruturais. “Decidimos contratar gerentes de nível mais elevado para as nossas filiais, e também para o setor de Recursos Humanos, a fim de reduzir o peso do histórico e o aspecto subjetivo de nossas decisões. Em alguns casos, já colhemos frutos do sucesso desse passo dado, e em outros ainda estamos aprimorando nossas estratégias”, relata.

Segundo ela, “cada gerente traz habilidades únicas e uma perspectiva diferenciada”. A implementação de uma cultura de inovação e meritocracia foi outro passo importante para o sucesso da NSLog. A empresa introduziu métricas claras, regras de comissionamento progressivo e um plano de carreira estruturado para motivar e engajar seus colaboradores. Embora essas mudanças tenham causado algum desconforto inicialmente, a equipe foi se adaptando e percebeu que investir em estratégias eficientes era fundamental para obter vantagem competitiva no mercado.

Atualmente, a transportadora familiar emprega mais de 130 colaboradores. A trajetória da empresa reforça a importância das empresas familiares na economia brasileira e como elas podem superar os desafios de gestão, permanecendo relevantes e competitivas.

“Meu pai não estará conosco para sempre, e ele merece todo o reconhecimento por ter construído tudo isso partindo do zero. Vejo que minha jornada profissional foi tornando minha visão e atuação mais madura e assertiva ao longo desses 20 anos. A força que temos quando unimos nossos talentos é muito maior do que quando cada um cuida apenas de sua própria vida (ou da sua filial/ departamento)”, conclui Carolina.