Quando uma empresa começa a crescer, seu fluxo operacional fica naturalmente mais complexo. Surge a necessidade que tudo deve estar alinhado de modo que as atividades sejam cumpridas independentemente de quem está na operação naquele momento. Este é um mindset de crescimento, a “arte da delegação”.
Fábio Câmara, fundador e CEO da multinacional brasileira FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação que potencializa o futuro de negócios, ressalta, em seu novo livro Mentor Empreendedor, ensina sobre as quatro fases da autonomia de uma empresa e qual o mindset correto em cada uma das fases.
“As autonomias significam aquilo que você consegue fazer com a infraestrutura e a capacidade de endividamento que se tem no momento, por isso, a falta de uma correta compreensão sobre o que se pode fazer tipicamente provoca enormes dificuldades.”
Fábio Câmara, fundador e CEO da multinacional brasileira FCamara
O executivo conta que, a partir de algumas vivências ao longo desses anos de empresa, conseguiu definir alguns critérios importantes que o auxiliaram na sua jornada. São eles:
- Só assuma projetos que conseguirá entregar
Esse conceito vale, especialmente, para quem está começando. “Estabeleci que nenhuma proposta comercial da empresa deveria levar mais de duas horas para estar pronta. Esse tempo seria mais do que suficiente para revisar o escopo, o cronograma e os valores. Caso ultrapassasse esse período, saberíamos que aquilo não era para nós”, conta.
- Não pule etapas de crescimento
Antes de dar grandes saltos em seu planejamento, avalie também sua disponibilidade de capital intelectual e utilize apenas o que já tem “dentro de casa”. Comece essa jornada com projetos possíveis e viáveis, do tipo que você ofertaria para amigos próximos. Poupar energia nessa caminhada é o que vai ajudar a sua empresa a sair da fase da autonomia da sustentação para a de ação e, somente a partir daí, passar a se envolver em projetos mais elaborados e que dependam de mais preparo e estruturação.
- Seja econômico
Esse é um critério fundamental para qualquer ação. Não adianta desperdiçar tanto tempo tentando elaborar um plano muito detalhado, cheio de especificidades. Quanto mais simples e claro, melhor ele será assimilado e vivido pelo time. “Minha própria experiência me mostrou que a objetividade contribui para o engajamento da equipe, pois tornam mais plausíveis e palpáveis as ações a serem realizadas”, reforça Câmara.
- Não invista em publicidade antes de fechar os primeiros contratos
Ao contrário do que muitas pessoas defendem, Fábio afirma que não vê sentido em gastar dinheiro para divulgar serviços de uma empresa que ainda não tem o pilar mais importante da sua existência (a consciência do seu próprio core business), seus próprios clientes e resultados. Essa é uma etapa em que tudo o que existe está no campo da imaginação; só há senso de realidade baseado em experiências concretas.
“Na minha visão, o caminho natural de crescimento de uma organização deveria começar em pequenos círculos de amizade. É dentro dessa relação que podemos ofertar serviços e testar retornos honestos e transparentes, pois se um amigo diz que minha companhia está errando em algo, eu consigo administrar o problema e buscar soluções sem me expor para todo o mercado”, finaliza o CEO.