Alugar ou assinar bens é uma tendência em constante crescimento. Um estudo da PwC aponta que esse mercado já movimenta mais de US$15 bilhões por ano e deve bater os US$335 bilhões em todo o mundo até 2025. No Brasil, uma pesquisa nacional promovida pela Confederação de Dirigentes Lojistas (CNDL/SPC) aponta que 74% das pessoas já utilizaram algum produto ou serviço por meio do consumo colaborativo.
Essa prática vem alterando a relação do consumidor com diversos produtos. Ainda segundo a PwC, 86% dos consumidores apontam que esse oferece uma economia significativa ao reduzir custos de compra e facilita o acesso a diferentes tipos de bens.
Aluguel de carros em alta
Dentro dessa tendência, as assinaturas e aluguéis de carros crescem 14,3% ao ano, segundo uma Projeção do BTG, que aponta que o Carsharing deve chegar a 402 mil veículos no Brasil até 2032. No mercado de aluguéis há 6 anos, a Turbi, locadora de veículos 100% digital, possui mais de 5 mil veículos na frota e oferece aluguéis e assinaturas a partir de uma hora e um mês, respectivamente.
“No último ano nós dobramos a nossa frota e posicionamos nossos carros em cerca de 400 estacionamentos parceiros em toda a Grande São Paulo para que nossos clientes tenham um Turbi por perto sempre que precisarem. Nosso crescimento também se dá pela frente de assinaturas a partir de um mês, serviço que oferecemos há cerca de um ano e que já corresponde a 40% da nossa frota. Tanto aluguéis, quanto assinaturas, têm se mostrado uma opção mais vantajosa do que uma compra de um carro e nós esperamos seguir crescendo e acompanhando essa tendência.”
Chief Growth Officer da Turbi, Luiz Bonini.
Eletrônicos por assinatura movimentam economia circular
Economia circular é um dos valores que tem movimentado startups de todo o Brasil e foi tendência em 2023, principalmente no aspecto de aluguel de bens e consumo. Um dos aspectos dela, inclusive, é a inclusão de um público que antes não poderia consumir determinado produto por conta do preço, mas por meio das assinaturas consegue ter a experiência completa. A economia compartilhada traz um novo tempo e conceito de que para se experimentar, não é necessário possuir no sentido completo da palavra. A allu, por exemplo, maior empresa de aluguel de Iphones da América Latina, tem movimentado esse mercado desde 2016. Entre os produtos oferecidos estão, o top 3 da Apple: Iphones, Ipads e MacBooks, e, agora, em 2023, a empresa abriu sua cartela de opções para PS5 e Xbox.
“A allu tem inclusão e acesso no seu DNA. Existimos para que as melhores coisas não sejam mais privilégio de poucas pessoas. Para isso, oferecemos um serviço em que nossos assinantes podem ter eletrônicos de qualidade, que sempre foram um desejo, mas antes não cabiam no bolso. Com o nosso aluguel anual, o consumidor paga menos e, mais, sem medo de ser roubado, pois já está incluso na assinatura o seguro do eletrônico.”
CEO da startup, Cadu Guerra.
Locação de equipamentos para construção civil em ascensão
O mercado de locação de máquinas para construção no Brasil é outro setor que vem crescendo nos últimos anos. Segundo dados da Associação Brasileira de Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (ALEC), o segmento teve um significativo crescimento de 17,7% entre 2020 e 2022, em comparação com os 8,2% da economia brasileira no mesmo período. Para 2023, a ALEC estima um crescimento de 4%.
A fabricante japonesa YANMAR, por exemplo, estima que 50% da comercialização de miniescavadeiras são destinadas ao mercado de rental.
“Esse crescimento do mercado é resultado de uma série de fatores, como a entrada de grandes locadores no mercado nacional, que buscam investir em sua frota, e também pelo aumento da demanda no canteiro de obras. Acreditamos que esse segmento é promissor e estamos preparados para atendê-lo.”
Anderson Oliveira, gerente Comercial de Construção Civil e Produtos de Força da YANMAR South America.
Patinetes elétricas compartilhadas avançam na micromobilidade e segurança
Outro segmento do transporte que é otimizado com o serviço de locação é a chamada micromobilidade. Dentro deste cenário, a Whoosh, empresa internacional que disponibiliza patinetes elétricas por aluguel, se destaca na região do sul do país. No Brasil desde junho de 2023, a marca usou como ponto de partida a cidade de Florianópolis, com uma frota de 1.3 mil patinetes elétricas, e, em menos de quatro meses, ampliou seus serviços para Porto Alegre, adicionando mais 450 equipamentos às ruas. Para os próximos anos, a Whoosh pretende ampliar ainda mais sua atuação para outras capitais nacionais.
De acordo com Francisco Forbes, CEO da empresa no Brasil, o compartilhamento desses veículos facilita as pequenas locomoções nas cidades de forma sustentável, econômica, prática e segura.
“Ao adotar as patinetes elétricas, os usuários promovem um futuro urbano mais verde, por não utilizar combustíveis fósseis, acessível, pela praticidade do aluguel desses equipamentos, eficiente, principalmente por fugir do trânsito das capitais e, acima de tudo, seguro, pois a empresa monitora regularmente o desempenho desses dispositivos nas ruas e age rapidamente em caso de incidentes. É a síntese perfeita de uma mobilidade inteligente para todos.”
Francisco Forbes, CEO da empresa no Brasil.
Aluguel de pontos comerciais com mais tecnologia e precisão
Um dos fatores que define o sucesso do empreendimento é o local em que decide abrir seu ponto físico. Afinal, é essencial garantir um espaço com fluxo de pedestres, influenciando na movimentação do negócio – ainda mais quando se pensa em varejo alimentar. Pedro Donato, CEO da SuaQuadra, empresa de aluguéis comerciais, acredita que utilizar a tecnologia é essencial em 2024.
“Todo empreendedor começa seu negócio com o sonho de fazê-lo prosperar, mas sabemos que nem sempre é um sucesso – até outubro de 2023, mais de 1,8 milhão de empresas encerraram suas atividades, conforme o Governo Federal, e a escolha errada da localização pode ser determinante para isso. Ao locar um espaço, há necessidade de investimento menor do que comprar o imóvel, mais flexibilidade e menor preocupação com custos de manutenção, além de mais segurança com o investimento feito. Com maior liquidez financeira, é possível focar nas operações comerciais, sem comprometer uma grande quantia de dinheiro e aumentar a chance de o negócio dar certo”, explica.