Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia e da Abrafarma, existem hoje cerca de 90 mil farmácias no Brasil, sendo que cerca de 90% delas são de pequeno e médio varejo. Apesar da prevalência desse tipo de estabelecimento no setor, a maioria deles ainda opera de forma pouco digitalizada. De olho nessa realidade, a startup paulistana Covalenty surgiu para empoderar pequenas e médias farmácias oferecendo uma solução de compras, conectando-as aos fornecedores. Para alavancar sua operação, a empresa anuncia agora um investimento pré-seed de R$ 5,5 milhões liderado pela Iporanga Ventures, com o co-investimento dos fundos Domo Invest, 1616 Ventures, Aimorés Investimentos e anjos estratégicos.
Fundada em 2022 pelos engenheiros da computação Miriam Retz e Renato Tano, a Covalenty desenvolveu uma plataforma que conecta farmácias às indústrias e distribuidores, facilitando a compra de fármacos e produtos de cuidado pessoal, como cosméticos. Na prática, o sistema exibe um mapa de distribuidores, dando ao lojista a possibilidade de identificar as melhores condições de compra, de preço, pagamento e disponibilidade.
“Tecnologia e inteligência de dados são chaves para ganhar escala e otimizar processos ineficientes. A maior parte desses estabelecimentos hoje compra os produtos diariamente sem otimização de mix ou uma organização do capital de giro”, afirma Miriam Retz, cofundadora e CEO da Covalenty. “Queremos empoderar as farmácias para operarem como grandes redes”.
Em apenas 4 meses de operação a startup atingiu cerca de 50 clientes e espera chegar a 300 estabelecimentos ainda neste ano. Com o novo cheque, o plano é investir em tecnologia e dobrar o time, que hoje tem 10 pessoas.
“Estamos construindo um ecossistema completo para o setor. Vamos resolver não só as compras da farmácia, mas também o fluxo financeiro, as vendas e diversos outros desafios que eles enfrentam no dia a dia.”
Miriam Retz
Experiência
Miriam Retz e Renato Tano são empreendedores de segunda viagem. Eles se conheceram durante a faculdade, na Escola Politécnica da USP, e fundaram em 2017 a startup EasyDeco, um marketplace para casa e decoração que foi descontinuado em 2022.
“Sempre nos interessamos pelo modelo de marketplace. Começamos no nicho da decoração e agora resolvemos atacar um mercado maior. Ao longo dos últimos anos, aprendemos lições importantes que nos prepararam para novos desafios”, diz a CEO da Covalenty.
Os fundadores foram um critério determinante para o investimento, conta Leonardo Teixeira, sócio da Iporanga Ventures. “A vivência prévia no empreendedorismo e a complementaridade entre os fundadores são pontos-chave em empresas de estágio inicial”, afirma. “Os marketplaces B2B são uma tendência, originalmente impulsionada pela digitalização trazida pela pandemia. A Covalenty oferece inteligência transacional, economia de tempo e reduções de custo importantes para as farmácias. A exemplo de outros marketplaces do tipo, a startup tem uma missão e um mercado grandes pela frente. Basta olhar a RaiaDrogasil na bolsa, é uma empresa que vale R$ 40 bilhões”, afirma.