Novas tecnologias estão se transformando em aliadas no trabalho de localização de pessoas, destroços, manchas de óleo e embarcações em alto mar. Uma parceria entre a Fundação CERTI, hub de tecnologia e inovação, com a empresa IANA Tecnologia e pesquisadores do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), está desenvolvendo uma solução para auxiliar nas missões de busca e salvamento em áreas do mundo inteiro.
Trata-se do Autonomous Search System (AuSSys), um projeto com o uso de ferramenta baseada em inteligência artificial, que está na fase final de desenvolvimento e testes. A iniciativa ganha destaque diante da dimensão da área brasileira de monitoramento. Fruto de acordos internacionais, o Brasil é atualmente responsável pelo serviço de busca e resgate em uma área de, aproximadamente, 22 milhões de quilômetros quadrados, a chamada Dimensão 22, em grande parte localizada sobre o Oceano Atlântico e a Amazônia.
Neste contexto, o AuSSys foi criado para atuar na ação de busca e salvamento, uma atividade especializada que tem por objetivo a geolocalização e o socorro de ocupantes de aeronaves ou de embarcações em perigo, o resgate e o retorno com segurança de sobreviventes de acidentes aeronáuticos ou marítimos, seja em alto mar ou em áreas inóspitas. Por vezes, só é possível localizar os vitimados com o uso de aeronaves de busca, podendo-se contar com embarcações da Marinha para realizar a operação de resgate. É dever das equipes de busca e salvamento prestar esse serviço para salvar vidas, não importa a hora ou o local.
A nova ferramenta desenvolvida pela Fundação CERTI traz mais eficiência para esse trabalho de busca e salvamento. Estima-se que 99% da superfície marítima em uma determinada área de busca apresenta somente água, o que caracteriza essa atividade como repetitiva e de pouca efetividade, como buscar uma agulha no palheiro.
“A adoção do AuSSys, que é especializado na interpretação da superfície (marítima ou terrestre), pode auxiliar a segregar o ‘palheiro’, que seria o mar ou a selva, apresentando ao operador somente as potenciais ‘agulhas’, ou seja, objetos, destroços, embarcações, pessoas, manchas de óleo, em apoio ao ciclo decisório humano.”
Alexandre R. de Mello, coordenador de Inteligência Artificial da Fundação CERTI.
O AuSSys está alinhado à diretriz expressa na estratégia nacional de defesa que envolve a ampliação e capacidade de atender aos compromissos internacionais de busca e salvamento como tarefa prioritária do país, o aprimoramento dos meios existentes e da capacitação do pessoal envolvido com as atividades de busca e salvamento nas águas jurisdicionais brasileiras. “Uma inovação tecnológica da magnitude do AuSSys trará o impacto e, ainda mais, destaque ao Brasil no cenário SAR internacional, com o alto potencial de comissionamento e internacionalização do produto”, acrescenta o diretor executivo da IANA Tecnologia, Carlos Duek.