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PMEs mantêm consistência em faturamento e crescem 9,7% em dezembro

PMEs mantêm consistência em faturamento e crescem 9,7% em dezembro

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O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) indica expansão de 9,7% na movimentação financeira média das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras em dezembro de 2023, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com isso, o indicador fecha o último trimestre de 2023 com crescimento expressivo (+12,7% frente ao quarto trimestre de 2022).

O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$50 milhões anuais, divididas em 678 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.

Pela ótica setorial, de acordo com Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, no último mês os resultados estiveram em linha com as tendências evidenciadas pelo índice desde o segundo trimestre de 2023: grande contribuição das PMEs dos setores industrial e de serviços como impulsionadores do crescimento deste mercado em 2023.

No setor industrial, o crescimento de 21% registrado em dezembro pelo IODE-PMEs se mostrou, novamente, disseminado entre as atividades contempladas no indicador.

“De 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 19 mostraram crescimento no último mês, com destaque para as atividades de: ‘Fabricação de bebidas’, ‘Impressão e reprodução de gravações’ e ‘Metalurgia’.”

Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie.

No setor de serviços, por sua vez, as PMEs também obtiveram bom desempenho no mês (+7,0%) e o segmento fechou o segundo semestre de 2023 com crescimento disseminado em todo o período. No mês, o resultado do setor foi potencializado pelo avanço dos subsetores de ‘Correios e outras atividades de entrega’, ’Alojamento’ e ‘Agências de viagens e operadores turísticos’ ”Estes dois últimos possivelmente impactados pela ocorrência de feriados e férias escolares nos meses de novembro e dezembro”, segundo o economista.

Já no segmento de Infraestrutura, o IODE-PMEs mostrou avanço relativamente mais modesto da movimentação financeira real das PMEs em dezembro. A alta foi de 1% com avanço das atividades no segmento ‘Serviços especializados para construção’ e recuperação em ‘Construção de edifícios’, mas ainda resultado fraco no segmento de ‘Obras de infraestrutura’.

Por fim, no mês, as PMEs do Comércio registraram novamente retração no faturamento real em termos anuais (-1,1% YoY em dezembro/23). “Isso ocorreu devido à contribuição relativamente fraca das vendas relacionadas ao Natal no varejo, após as expectativas também não atendidas durante o período da Black Friday – lembrando que as PMEs do setor já haviam apresentado queda também no mês anterior (-1,6% YoY em novembro/23)”, diz Beraldi.

Mesmo com esse quadro, algumas atividades do varejo, como os setores de ‘brinquedos’ e ‘artigos esportivos’, tiveram desempenho positivo no período. Por outro lado, a queda no Comércio tem sido amenizada nos últimos meses pela recuperação das PMEs do segmento atacadista, que demonstraram ganho significativo de impulso ao longo do quarto trimestre de 2023, avançando 1,0% YoY em dezembro.

“Para 2024, esperamos que o mercado de PMEs continue crescendo no Brasil, embora em um ritmo mais moderado frente ao visto no ano anterior” prevê Beraldi.Tal cenário, de acordo com o economista, se deve à sustentação da renda das famílias, à diminuição das pressões inflacionárias e ao início dos efeitos do ciclo de redução da taxa básica de juros (Taxa Selic) promovido pelo Banco Central. “No entanto, o cenário de curto prazo ainda é marcado por incertezas, reflexo da desaceleração recente da economia brasileira como um todo e dos riscos em torno das questões fiscais”, afirma.