Duas novas modalidades de pagamento usando o PIX devem ser lançadas entre 2023 e 2024. Com o potencial de mudar o modo com que os brasileiros lidam com suas finanças, o Pix Garantido e o Pix Parcelado serão sistemas de parcelamento de compras com e sem o vínculo ao cartão de crédito. Ambos fazem parte da iniciativa BC#, a agenda de inovação do Banco Central, com foco no fomento de tecnologias para o ecossistema financeiro do país.
O que é o Pix Garantido?
Essa é uma iniciativa criada pelo próprio Banco Central, onde compradores poderão parcelar suas compras via Pix, como em um cartão de crédito, mas sem a necessidade de usar as formas tradicionais de “maquininhas” e bandeiras. Nessa opção, o vendedor tem a garantia de que receberá o valor da compra mesmo que o cliente não tenha saldo em conta – daí o nome “garantido”. Caso o cliente não tenha o valor na conta, o saldo será cobrado posteriormente pela instituição, com o acréscimo de juros e taxas, sempre seguindo regras específicas do Banco Central.
Pensada como uma inovação para facilitar pagamentos recorrentes, como assinaturas e parcelamentos sem a necessidade de um cartão de crédito – e com a possibilidade de taxas reduzidas. Além disso, o formato permite um maior controle financeiro e mais flexibilidade no pagamento de dívidas.
O que é o Pix Parcelado?
Diferente do Garantido, o Pix Parcelado é uma iniciativa criada pelas próprias instituições financeiras, que estão buscando processos de inovação nas suas soluções, se antecipando às revoluções da agenda do Banco Central. Nesse formato, instituições financeiras ficam autorizadas a fornecer uma linha de crédito com juros mais baixos, que podem variar entre 1,6% e 2,5% ao mês – com todos os pagamentos via Pix.
Cada instituição define as suas próprias regras e em alguns casos, os pagamentos podem também ser atrelados ao cartão de crédito – ou seja, o cliente faz a compra, opta pelo parcelamento via Pix e a cobrança é feita na fatura do Cartão de Crédito, usando as datas de vencimento do cartão.
Agenda BC#
A agenda BC#, responsável por criar políticas públicas de fomento à inovação financeira, é a grande responsável pelo processo. Além do Pix, a agenda trabalha com temas como o Open Finance, Registro de Recebíveis e o SFN Mais Eficiente (Sistema Financeiro Nacional). A ideia é sempre trazer processos de bancarização mais eficientes e crédito mais barato para a população. De acordo com o Banco Central, o Brasil tem 536,9 milhões de chaves PIX cadastradas para 140 milhões de usuários. Essas pessoas pagam, hoje, boletos via QR Code ou copia e cola ou fazem transferências bancárias.
“O Open Finance vem contribuir também nesse processo. Além de simplificar as transações, vai facilitar a transferência de dinheiro entre bancos, sem precisar abrir o aplicativo desses bancos. Para isso, basta ter um iniciador”, explica Danillo Branco.
O iniciador de transações de pagamentos (ITP) possibilita esse cruzamento de sistemas das instituições financeiras para movimentações via PIX. Das 14 instituições que usam iniciador hoje, quatro utilizam a tecnologia desenvolvida pela Finansystech.
“É possível ter segurança e agilidade para facilitar e reduzir custos para as pessoas. Com o avanço do PIX, avançam também as possibilidades de mais pessoas serem vistas pelo sistema financeiro. Novas tecnologias e opções de pagamento só vêm a acrescentar qualidade, agilidade e segurança ao processo”, finaliza Branco.