No primeiro dia do Sports Summit, realizado no estádio do Pacaembu, em São Paulo, o painel “Esportes como negócio” trouxe três das maiores ligas esportivas do mundo para apresentar como criam constantemente experiências diferenciadas para ampliar suas bases de fãs.
Ivan Martinho, CEO da WSL – World Surf League na América Latina, contou que o gatilho da competição foi em 1996, quando produziu pela primeira vez seu webcast próprio. Por ser uma modalidade que depende de uma janela de nove dias e boas condições do mar para viabilizar cada etapa, a liga encarou o desafio de transmitir seus eventos em tempo real e com a qualidade de broadcast.
“Nosso público assiste às transmissões confortavelmente no celular ou em qualquer plataforma. Também inovamos com experiências como o Surf Ranch, etapa própria da WSL que recria o ambiente de praia dentro de um estádio, e o Make or Break, que traz os bastidores dos surfistas e lendas do esporte”, destacou o executivo.
Referência número 1 em “case” esportivo, a NBA é uma usina de ídolos e histórias, segundo seu head no Brasil, Rodrigo Vicentini, há oito anos no cargo. Cada ativo da liga é entendido como matéria-prima para gerar emoções entre os fãs, a exemplo das áreas icônicas como o Madison Square Garden, em Nova Iorque.
“Nossa aposta em conteúdo em diversos formatos chegou ao ponto de lançarmos o premiado documentário Last Dance, série da ESPN que conta a saga de Michel Jordan e do Chicago Bulls nos anos 80 e 90.”
Rodrigo Vicentini
Vicentini destacou duas ativações voltadas para fidelizar o público brasileiro. A NBA House busca reproduzir a adrenalina das arenas das franquias e engajar a maior parte do público, que nunca assistiu a uma partida oficial nos Estados Unidos. E a NBA Park, maior parque temático da liga no mundo, que funciona na turística cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul.
Por sua vez, Pedro Monteiro, CEO da Effect Sport, representante da NFL – National Football League, ressaltou o crescimento de 960% da marca no país entre 2014 e 2022, passando de uma base de 3,3 milhões para 35 milhões de fãs. O executivo mostrou como parcerias com ESPN, RedeTV e Game Pass ajudaram a modular novas maneiras de interagir com a modalidade. Dentre as inovações, a NFL In Brasa é o primeiro evento de live experience da marca no país e reuniu quase 5 mil fãs em sua primeira edição realizada este ano.
No quesito “modelos de patrocínio”, NBA e NFL mostraram similaridades, pois reúnem marcas globais, outras restritas ao mercado dos Estados Unidos, patrocinadores das franquias e marcas que atuam em cada um dos mais de 200 países onde a liga é transmitida, desde que não haja conflito de interesse entre elas. A NBA inovou em permitir que seu patrocinador máster Budweiser se tornasse a primeira marca a transmitir os jogos da liga.
Pelas características do surfe, a WSL tem os patrocinadores de suas três competições (Championship Tour, Challenger Series e Qualifyng Series) e autoriza patrocinadores para os atletas da temporada. “Nosso desafio é atrair marcas fora da cultura do surfe, mas com os mesmos critérios de ter valores alinhados e compromisso com a sustentabilidade”, explicou Ivan Martinho.