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Condições climáticas para safra de verão serão favoráveis a atividades agrícolas no Rio Grande do Sul, avalia Nottus Meteorologia

Condições climáticas para safra de verão serão favoráveis a atividades agrícolas no Rio Grande do Sul, avalia Nottus Meteorologia

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As condições climáticas têm desempenhado um papel crucial nas atividades agrícolas dos produtores rurais do Rio Grande do Sul. Durante a última primavera, o estado enfrentou um excesso de chuva, o que causou dificuldades e transtornos para a conclusão das colheitas das culturas de inverno, como trigo, aveia e cevada. “Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que houve um volume total de precipitação de 597,2 milímetros (mm), em Porto Alegre (RS). Esse valor é cerca de 65% acima da média da estação (1991 a 2020), que é de 362,7 mm”, analisa Desirée Brandt, sócia-diretora e meteorologista da Nottus, empresa de inteligência de dados e consultoria meteorológica para negócios.

As primeiras lavouras de soja e milho, plantadas em meados de setembro, foram impactadas adversamente pelo volume excessivo de precipitação. No entanto, as lavouras plantadas posteriormente foram beneficiadas pela chuva mais espaçada, proporcionando condições ideais para o desenvolvimento das culturas de verão.

Segundo a Nottus, as condições para a safra de verão no Rio Grande do Sul são, atualmente, favoráveis, com luminosidade, temperaturas adequadas e um solo bem irrigado devido à chuva distribuída de forma mais equitativa. Essa situação coloca o estado em uma posição mais vantajosa em comparação com o centro do Brasil, que enfrenta um atraso de pelo menos 45 dias no regime de chuvas.

Desirée Brandt antecipa as expectativas para o inverno de 2024, indicando uma neutralidade climática, ou seja, sem El Niño e ainda sem La Niña, de acordo com o último relatório do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos).

“Não há previsão de um inverno rigoroso, mas a estação pode apresentar alguns episódios de queda acentuada na temperatura, eventualmente com potencial para formação de geadas. As primeiras quedas de temperatura são esperadas a partir de meados de abril, com maior potencial de geadas no final de maio e ao longo de junho. A chuva tende a ficar dentro da média, por enquanto sem excesso ou falta de precipitação.”

Desirée Brandt, sócia-diretora e meteorologista da Nottus.

A meteorologista traz uma perspectiva otimista para a cultura do trigo, uma das principais na região gaúcha. “O trigo necessita de horas de frio, e há uma chance maior de o estado registrar mais horas de baixas temperaturas em comparação ao inverno passado, um ponto positivo em relação à safra de inverno de 2023”, diz Desirée.

Diante das mudanças climáticas frequentes, a previsão meteorológica torna-se uma alternativa estratégica para minimizar os impactos do clima nos setores produtivos. “A dinâmica climática exige cautela e monitoramento constante por parte dos agricultores e agentes do mercado para mitigar possíveis impactos. As nuances climáticas destacam a complexidade e a interconexão entre as condições meteorológicas e a agricultura, evidenciando a importância de estratégias adaptativas e uma abordagem cautelosa diante das variabilidades climáticas”, conclui a meteorologista.