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Compromisso e consciência impactam em mercado financeiro sustentável

Compromisso e consciência impactam em mercado financeiro sustentável

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As preocupações ambientais estão cada vez mais evidentes e afetam a sociedade como um todo. Nos últimos anos, a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) se tornou uma ferramenta crucial para o progresso de qualquer empresa, entretanto, o ESG vai muito além de apenas questões ambientais.

Com o objetivo de desmistificar e debater esse tema, a ACREFI – Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento promoveu um painel de discussão denominado “ESG Além da Sigla – Construindo um Mercado Sustentável”. O evento se propôs a refletir sobre como questões ambientais, sociais e de governança impactam diretamente o setor financeiro.

Cintia M. Ramos Falcão, Consultora Jurídica da Acrefi e moderadora do debate, iniciou o painel enfatizando que: “Estamos diante de três preocupações cruciais que as empresas devem ou, na verdade, deveriam ter em mente. Adotar os critérios de ESG hoje, além de garantir um futuro para o nosso planeta e para as próximas gerações, melhora a percepção dos consumidores dos negócios, reduz risco e custo, aumenta a produtividade e lucratividade das empresas. Já é consenso que quem não se adequar, não vai ter um futuro sustentável no longo prazo.”

Hugo Bethlem, Presidente do Instituto Capitalismo Consciente Brasil, destacou a relevância da parte social, e a necessidade dos líderes empresariais possuírem um propósito com valores éticos para maximizar resultados. Bethlem também refletiu sobre a importância do acesso ao crédito, enfatizando a necessidade de educação financeira e identificação de propósito de negócio e valores das instituições.

“Uma liderança consciente é aquela que cuida das pessoas para pensar em todo mundo; que identifica o propósito do negócio, e analisa qual a necessidade para a sociedade, além de se propor a desenvolver e mudar focando no propósito. O capitalismo consciente não é uma certificação, é uma jornada de líderes que focam em performance e operam baseado nos pilares do ESG, com a sua licença para gerar resultados e maximizar valores éticos e morais. E trabalhar também para identificar como a educação financeira pode mitigar e auxiliar na concessão de crédito e diminuir a inadimplência”

Hugo Bethlem

Sandra Martins, Partner na Management Solutions explicou que risco climático se refere às ameaças que as mudanças do clima representam e como impactam o mercado financeiro.“São eventos sazonais que a ciência já consegue prever com certa precedência e assertividade, mas são eventos extremos que afetam a economia, as empresas e os investimentos. Como por exemplo o El Niño, um evento severo que ocorre a cada sete anos. Esses fenômenos são previamente considerados pelas empresas de seguros e incorporados no cálculo de sua solvência. Dentro desse cenário, ainda tem o setor bancário, que faz concessão de crédito agrícola e compreende os impactos do fenômeno El Niño. Mas para chegar nesse fator é necessário entender e estudar o modelo de negócio, aplicando a taxionomia de risco. A incorporação do ESG no apetite ao risco é um processo evolutivo condicionado pela maturidade de estratégia de sustentabilidade, metodologia de medição e modelos de informação ESG.”

Wanderlei Passarella, Fundador e Presidente do CELINT, ressaltou a relevância da governança e liderança como ferramentas para promover a inclusão, a tomada de decisões e a convergência entre as dimensões ambiental e social. “A Governança representa a estrutura de tomada de decisões e a gestão de uma companhia. No negócio, o foco reside na criação de valores sustentáveis para a sociedade, visando incluir e atrair os stakeholders e prospects. Esse stakeholder, ou seja, colaboradores, funcionários ou clientes, entre outros, são chamados para participar do processo de governo e sustentabilidade da companhia por meio de pesquisa, cocriação ou engajamento. Os shareholders também, que são os acionistas, votam em assembleia e têm que ter relatórios, nivelamento de propósitos. A agenda de governança prioriza a definição de medidas direcionadas às ações prescritivas e às ações prospectivas, que envolvem estratégia, liderança e saúde da empresa. Isso é o futuro”, finalizou.

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