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Como pequenos empreendedores e profissionais liberais podem driblar a crise

Como pequenos empreendedores e profissionais liberais podem driblar a crise

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A crise mundial desencadeada pela pandemia de Covid-19 ainda apresenta reflexos nos contextos econômicos e sociais. No Brasil, a expectativa para 2023 é de um crescimento econômico de cerca de 1,5%, ainda abaixo do potencial do país, conforme aponta o relatório Focus, do Banco Central. A inflação também é uma preocupação crescente, com uma alta de cerca de 6,2% prevista para 2023, de acordo com o mesmo relatório.

Embora seja uma dos mercados mais promissores nos próximos anos, os efeitos da recessão global podem ser sentidos especialmente por pequenos empreendedores como médicos, psicólogos, nutricionistas, dentistas entre outros profissionais que gerenciam seu próprio negócio.

Em maio de 2020, cerca de 50% das clínicas médicas particulares do país relataram quedas de receita de mais de 70%, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed). Em 2022, a saúde privada começou a se recuperar gradualmente, mas ainda enfrentando desafios. Segundo a DRG Brasil, o ano representou uma melhora na demanda por serviços de saúde privados, impulsionada pela retomada econômica do país e pelo aumento da cobertura dos planos de saúde.

Segundo Sônia Guimarães, sócia-diretora do núcleo financial advisor da Health Business School (HBS), apesar de um boas projeções para o setor, o caminho é complexo para pequenos negócios.

“Boa parte desses profissionais em algum momento se tornam gestores, ao abrir suas próprias clínicas e gerenciar equipes. E há um desafio, que é a formação. Gestão financeira não faz parte das cadeiras nos cursos de saúde, o que gera uma defasagem nesse assunto.”

Sônia Guimarães

Diante de tantos desafios, a Soul Health, da nutróloga Paula Vasconcelos, que ingressou na consultoria na HBS em 2018, ampliou seu faturamento em 200% no período de 4 anos, saltando de uma receita de 6 para 7 dígitos anualmente. Sônia destaca que o planejamento financeiro é um dos pilares que precisam ser compreendidos e trabalhados por esses empreendedores para impulsionar esse crescimento, evitando perdas principalmente.

“A gestão financeira é um dos pilares mais importantes dentro da administração de uma empresa, independente do porte ou setor”

Outros fatores como a digitalização dos controles financeiros, com uso de tecnologias para trazer mais segurança e eficácia na gestão, tem sido um divisor de águas para evitar fraudes e perdas financeiras. Além do crescimento pautado em dados, as clínicas podem tomar decisões estratégicas com base em números e não apenas instinto.

A clínica da renomada dermatologista Ligia Novais, iniciou um trabalho de gestão em 2017. Sônia afirma que esse ponto é um dos centrais para que pequenos negócios prosperem: adquirir tecnologias, investimento em cursos e pessoas com a viabilidade e segurança do retorno, controlando de forma acurada, contando cada centavo de forma profissional.

Com uma gestão mais organizada e com a sua visão empreendedora, a clínica registou um aumento de receita de quase 900%, alcançando mais de 7 dígitos mensais.

“Quanto mais as clínicas e profissionais autônomos crescem, menor são as suas margens de lucros, isso se não estivermos muito atentos aos controles financeiros e produtividade dos times”, afirma a administradora.

A concorrência, em especial com grandes redes e grupos de saúde, também exige diferenciação por parte desses profissionais para se tornarem agentes competitivos no mercado. A oferta de serviços de alta qualidade, estritamente personalizados, investimento em tecnologia e inovação para melhorar a experiência do paciente, além de aumentar a eficiência operacional são alguns dos pontos que merecem destaque no planejamento.

“Se fala muito em Growth [método de gestão comercial], porém vendas devem andar de mãos dadas com a equipe financeira, afinal lucro é mais importante que faturamento”, afirma Sônia.