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Besouro de Fomento Social oferece capacitação em empreendedorismo à comunidade LGBTQIA+

empreendedorismo à comunidade LGBTQIA+

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A discriminação e o preconceito enfrentados por estudantes LGBTQIA+ dentro do ambiente escolar e familiar contribuem para que esses jovens deixem a escola precocemente. Os impactos da evasão escolar podem ser devastadores em suas trajetórias acadêmicas, futuras perspectivas de emprego e em sua vida social. Em 2015, a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT) realizou a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil com países da América Latina. 60% dos entrevistados apontaram que não se sentiam seguros devido a sua orientação sexual, e 27% já foram vítimas de violência física.

O preconceito existente contra essa parcela da população pode ser combatido com programas que incentivem e promovam sua inclusão na sociedade. A Besouro de Fomento Social desenvolve cursos de capacitação voltados para a população LGBTQIA+, visando transformar a vida das pessoas em situação de vulnerabilidade social por meio da educação empreendedora e inclusão no mercado de trabalho.

O Mais Diversidade, organizado pela Besouro juntamente com a Secretaria Nacional de Proteção Global do então Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (atual Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania), aconteceu entre 2022 e 2023, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. O curso proporcionou ações integradas para a formação e a capacitação da população de migrantes, refugiados e público LGBTQIA+. No programa, os participantes, além de receberem uma preparação específica para começar a atuar em determinadas profissões, aprenderam sobre conceitos como direitos humanos, diversidade e inclusão socioeconômica. Também receberam aulas de técnicas de empregabilidade (como escrever o currículo, dicas para valorizar suas habilidades na entrevista de emprego) e conceitos de empreendedorismo para aqueles que querem abrir seus próprios negócios. Para os estrangeiros, houve suporte à ambientação linguística e cultural e todas as sugestões para ampliar suas oportunidades nas relações de trabalho.

Gabriela Corrêa Alves Pereira, mulher trans de 33 anos, moradora da Zona Norte de Porto Alegre, participou do projeto Mais Diversidade em 2022 e realizou dois cursos: Atendente de Farmácia e Operadora de Caixa.

As duas formações foram fundamentais para abrir novas oportunidades na sua vida profissional. “A minha primeira experiência foi como atendente de caixa, aos poucos a liderança da loja percebeu a minha vontade e empenho em crescer na profissão”, conta Gabriela que foi já promovida à gerente.

“A responsabilidade é bem maior. Hoje eu faço a gestão e controle do estoque, acompanho o fluxo de caixa e coordeno a equipe, e estou muito feliz.”

Gabriela Corrêa Alves Pereira

Para Gabriela, o Mais Diversidade foi um divisor de águas na sua trajetória. “O que eu aprendi foi muito importante para me capacitar e dar um grande salto na minha vida profissional”, afirma. “Se eu não tivesse buscado essa competência para valorizar meu currículo, seria extremamente desafiador conquistar uma posição formal no mercado de trabalho”. Atualmente Gabriela trabalha no estabelecimento Bazar do Marino, situado no bairro Rubem Berta, na própria capital gaúcha.

No Brasil, atualmente, 19 milhões de pessoas se identificam como assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgênero de acordo com uma pesquisa realizada pela Unesp (Universidade do Estado de São Paulo) e USP (Universidade de São Paulo). A Besouro possui outros cursos de capacitação, como o Gerdau Transforma, que terá uma turma online de 17 a 21 de julho voltada para a comunidade LGBTQIA +. Os interessados já podem se inscrever no site oficial do projeto

Além disso, a Besouro também desenvolve o Reintegro – projeto social para reinserção de apenados que oferece cursos de Revitalização de Espaços Públicos e Trabalho Prisional, Sustentabilidade e Divulgação Institucional e Produção de Material de Escritório com Reciclados. O programa acontece presencialmente no Distrito Federal e tem como público indivíduos LGBTQIA+, homens, mulheres e PCD’S que estejam em processo de redução de pena.

Gabriela, mulher trans de 33 anos e estudante do projeto Mais Diversidade atua como Gerente em um estabelecimento na capital gaúcha