Suprir lacunas na formação educacional da população, desenvolver as habilidades de novos colaboradores ou atualizar funcionários experientes sobre tendências e melhores práticas da indústria. Estas são algumas das razões que têm levado empresas de médio e grande porte a investir fatia cada vez maior de seu faturamento anual em T&D (Treinamento e Desenvolvimento), em especial nas plataformas LMS (abreviação para Learning Management System ou Sistema de Gestão de Aprendizagem), que permitem transportar o ambiente educacional presencial para o virtual, com personalização e dinamismo.
Um aprendizado dinâmico é exatamente o grande desafio quando o assunto é educação de adultos já inseridos no mercado de trabalho, de acordo com Alceu Costa Júnior, CEO e founder do Grupo Take 5, especializado em treinamento corporativo à distância, que hoje atende clientes de todo o Brasil, demais países da América Latina, EUA e Canadá.
“Isso porque a pandemia ensinou que é possível fazer muito de forma remota, então é importante que o profissional tenha bons motivos e excelente ambiente para se colocar à frente das telas por mais tempo, com o intuito de se capacitar”, diz.
Por isso, segundo Alceu, as tendências de treinamento corporativo (E-training) para 2023 incluem explorar ao máximo os formatos que a tecnologia permite que existam, como cursos on-line, webinars, podcasts, games e treinamento interativos. “O E-Training se tornou um método muito mais popular e importante de treinamento corporativo nos últimos anos, e essa tendência provavelmente continuará no futuro, não só pela própria pandemia que segue nos afetando, como também pela ampla adoção de tecnologia e a crescente disponibilidade de recursos de aprendizado on-line de alta qualidade”, defende.
A evolução deste mercado se dará, ainda, em resposta às necessidades e preferências dos alunos/profissionais. Já no ano de 2023, deverá haver um foco grande no aprendizado personalizado, nas tecnologias de aprendizado adaptativo, no uso de inteligência artificial e outras tecnologias avançadas para aprimorar a experiência de aprendizado. Confira detalhes sobre cada uma das tendências:
As Tecnologias de Aprendizagem Adaptativa são ferramentas educacionais que se adaptam às necessidades e habilidades de cada aluno. Essas tecnologias usam algoritmos para analisar o desempenho e o progresso dos alunos e ajustar o conteúdo ou o ritmo do material de aprendizagem de acordo. O objetivo da aprendizagem adaptativa é fornecer uma experiência de aprendizagem personalizada, adaptada às necessidades e habilidades únicas de cada aluno.
As ferramentas podem, ainda, ser usadas em uma variedade de ambientes educacionais, incluindo cursos on-line, livros didáticos e outros materiais de aprendizagem. Elas podem incluir exercícios e avaliações interativas, conteúdo multimídia e outros recursos personalizáveis para cada aluno. Entre os exemplos de tecnologias de aprendizagem adaptativa estão as plataformas LMS (Learning Management System) que permitem configurações específicas para esse fim.
Fornecendo experiências de aprendizagem personalizadas, as tecnologias de aprendizagem adaptativa ajudam os alunos a se envolverem com o material de forma mais eficaz e a, com isso, obterem melhores resultados de retenção nos treinamentos.
A Inteligência Artificial (IA) deverá ser uma tendência em plataformas de treinamento à distância em 2023. Alguns exemplos do uso de IA em plataformas LMS poderão incluir, além da Aprendizagem personalizada, Testes Adaptáveis, Geração de conteúdo, Tutoria e suporte, Análise de aprendizado gerando insights e recomendações para melhorias.
“Enfim, o uso de IA em plataformas LMS está apenas começando e tem o potencial de melhorar a eficácia e a eficiência do treinamento on-line, proporcionando uma experiência de aprendizado mais personalizada e adaptável aos alunos”, acredita Alceu.
Metaverso, ainda não
O especialista avalia que existe no momento um movimento exacerbado com relação à utilização de ambientes do Metaverso para fins de treinamento. “É primordial que se faça uma avaliação do que de fato o uso do Metaverso agrega para o treinamento. Situações nas quais o ambiente virtual pode dar ao aluno uma melhor visualização e compreensão do espaço real, tendem a ter uma melhor eficácia. Porém, o que temos visto é um frisson em busca de soluções de Metaverso apenas para lá nesse ambiente mostrar os mesmos vídeos, textos e apresentações que o aluno poderia estar vendo em aplicativos e plataformas LMS já muito melhor adaptadas a esse fim, nas quais a experiência do usuário vem sendo aprimorada há tempos”, pondera.
Assim, é preciso ser bastante criterioso e não frustrar os usuários fazendo com que acessem um ambiente de Metaverso, no qual não há nenhuma imersão de fato, apenas para consumir os mesmos conteúdos que o fariam fora dele.