Por Rafael Kenji Hamada, médico, CEO da FHE Ventures e da Health Angels Venture Builder, fundador da edtechAcademy Abroad
A fase inicial de uma startup, conhecida como early stage, é uma das mais difíceis e importantes para o sucesso do negócio. Não é à toa que os dois primeiros anos são também chamados de “vale da morte”, quando mais de 80% das startups encerram suas atividades, por diversos motivos. O momento do “start” é desafiador e crucial para planejar objetivos, colocar ideias em prática, testar soluções, reconhecer o potencial da marca e definir o futuro da companhia.
No entanto, toda empresa nascente precisa de investimentos. O recurso, primeiramente vem com os carinhosamente chamados de “FFF”, ou “family, friends and fools”, que são as pessoas que mais acreditam no empreendedor e topam o alto risco, e depois, vem de investidores-anjos. Estes investidores são pessoas dispostas a acompanhar e esperar o crescimento da ideia para que, no futuro, o aporte se converta em dividendos ou em um valor de mercado expandido. Diante disso, a preferência por startups que exigem valores menores tem sido crescente.
Retorno financeiro
Todo investidor busca por um bom retorno financeiro. Startups em estágio inicial não precisam de investimentos altos e, futuramente, podem trazer resultados interessantes. Se a companhia apresentar bom desempenho ao longo do tempo, o recurso gerado por ganhos de capital ou pelo pagamento de dividendos pode ser maior do que outros tipos de investimentos, como renda fixa, por exemplo. Mas, é importante ressaltar que o investimento em startups pode ser o mais arriscado de todos. Por isso, o investimento em carteiras variadas é importante para o investidor, para diversificar o risco e o ganho. Investimentos mais seguros, como o tesouro direto ou renda fixa, podem render menos mas com liquidez mais imediata e segura.
Atividade econômica
Investir em uma startup early stage movimenta a economia e cria empregos. O empreendedor responsável pela companhia deve usar o dinheiro do investidor para crescer e fortalecer a marca, adquirindo produtos ou soluções e contratando colaboradores. Empresas nascentes solucionam problemas da sociedade e estimulam a competitividade e a produtividade. Com isso, ao investir em uma startup que está começando, é possível favorecer renda, trabalho e desenvolvimento econômico. No entanto, se o mesmo valor for direcionado ao tesouro, por exemplo, o efeito é diferente. Esse tipo de investimento até garante renda, mas não gera tantos benefícios para a sociedade.
Poder de satisfação
Alocar recursos em empresas que estão em fase inicial ainda agrega satisfação e desempenho pessoal. Participar de projetos inovadores proporciona contato com profissionais empenhados em transformar ideias em realidade. Assim, é possível participar ativamente do processo de inovação e construção de empresas que podem mudar e influenciar o mercado no futuro. O investidor-anjo que acredita em uma startup early-stage, vê o impacto direto que seu dinheiro pode causar, já que com pouco dinheiro pode-se fazer grande diferença no mercado.
Sobre Rafael Kenji
Rafael Kenji Fonseca Hamada é um médico e empreendedor, especialista em investimentos. Speaker do TEDx FCMMG, Rafael é também palestrante e professor do MBA de Gestão em Saúde 4.0 do BBI of Chicago. É CEO da FHE Ventures e da Health Angels Venture Builder, fundos de investimento em startups que investem no setor da saúde e educação. Foi considerado pela mídia o CEO mais jovem do setor de Ventures no Brasil. Também é fundador da edtech Academy Abroad, contribuindo para o impulsionamento de carreira de mais de 50 mil alunos. Rafael Kenji é conhecido por seu trabalho no setor de saúde, educação e inovação, particularmente em relação ao uso da tecnologia nesses setores. É mentor e palestrante sobre os temas inovação, empreendedorismo, health techs, telemedicina e gestão em saúde.