Estima-se que até 2025 o Brasil vai precisar de 797 mil profissionais para atuar na área de tecnologia. O país, porém, forma apenas 53 mil técnicos por ano na área, segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), o que deve resultar em um déficit de 530 mil profissionais no setor nos próximos dois anos. Com o objetivo de contribuir com a formação de mão de obra para essa área, a Fundação Bunge, em parceria com o Global Digital Office da Bunge e o Programa Oracle Next Education, abrirá uma nova turma do Redes DigitALL, programa que visa a formação técnica de pessoas em tecnologia e programação de forma gratuita e remota. Os interessados em participar do curso, com duração de seis meses, poderão se inscrever para o processo de seleção até 17 de março pelo site da Fundação. Ao todo, 200 vagas estão abertas.
Após a realização do curso, os currículos dos alunos serão automaticamente incluídos no banco de vagas da Fundação Bunge e do Programa Oracle Next Education. Um agente de empregabilidade do projeto Redes também irá buscar eventuais oportunidades de emprego para os participantes em áreas de tecnologia de empresas diversas. O encaminhamento ocorre de acordo com vagas disponíveis e perfis avaliados como aderentes às posições selecionadas.
Partindo dessa perspectiva de formar profissionais para atuar em um setor carente de mão de obra especializada, o projeto busca impulsionar especialmente a participação de mulheres e pessoas negras para o mercado da tecnologia. Segundo pesquisa da Rocketseat edtech, formadora de desenvolvedores, 87% dos desenvolvedores do mercado são do sexo masculino, e de acordo com a Tera e o Mindminers, apenas 2 de cada 10 profissionais da área de tecnologia são negros, portanto, essas são duas frentes prioritárias para o Redes.
“Qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha concluído ou que estejam cursando o Ensino Médio pode participar do nosso processo seletivo. Serão selecionados aqueles que tiverem interesse pela área de tecnologia e programação, que tenham disponível computador com acesso à internet, além de tempo disponível para dedicação ao curso. Um ponto importante avaliado no processo é a inclusão de grupos minorizados, por isso a priorização de mulheres e pessoas negras na seleção”, explica Cláudia Buzzette Calais, diretora-executiva da Fundação Bunge.
O curso será realizado entre abril e outubro de 2023, à distância, e será constituído de formação técnica e socioemocional. No eixo da formação técnica, os selecionados integrarão o Programa Oracle Next Education, com acesso aos conteúdos relacionados à área de tecnologia e foco em programação, Lógica de Programação, Front End ou Back End e OCI (Oracle Cloud Infrastructure), além de empreendedorismo. Com relação à formação socioemocional, serão trabalhados conteúdos comportamentais, com foco no desenvolvimento pessoal, e voltados para ampliação da empregabilidade dos participantes.
A Bunge, líder global em agronegócio, alimentos e ingredientes, também terá participação na grade do curso, promovendo encontros mensais entre os alunos e profissionais da empresa que atuam em áreas como tecnologia, inovação, transformação digital e temas correlatos.
“Na Bunge estamos acelerando significativamente nosso processo de transformação digital e, em um setor altamente inovador como o nosso, a demanda por profissionais dessa área é muito grande. Queremos compartilhar experiências com a turma do projeto, relacionando práticas de nosso dia a dia às qualificações que serão adquiridas pelos participantes ao longo do programa. Estamos muito felizes em fazer parte da formação desses futuros profissionais.”
Braian Souto
Expectativa é que os 211 alunos participantes do primeiro projeto estejam empregados após a formatura
A primeira edição do Redes DigitALL, que se iniciou em dezembro de 2022, contou com a inscrição de mais de 700 pessoas de todo o Brasil. Ao todo, foram selecionados 211 alunos, que se formarão em abril deste ano. Entre os selecionados, 50% são do gênero feminino, 55% são negros e 10% são pessoas com deficiência. “Temos a expectativa que todos esses alunos estejam empregados após a formatura. A pandemia acelerou a digitalização de muitas empresas, por isso, as áreas de tecnologia de informação e programação estão com alta demanda e falta de mão de obra qualificada. O Redes DigitALL é uma oportunidade incrível para os participantes, que sairão do projeto com uma excelente formação e com a perspectiva de já ingressarem no mercado de trabalho”, afirma Cláudia.