Entre os dias 27 e 29 de junho, aconteceu a 33ª edição do FEBRABAN TECH, em São Paulo. O evento reuniu milhares de pessoas, que buscaram aprender e conhecer as mais novas soluções tecnológicas para as fintechs, os sistemas bancários e financeiros em geral.
Com diversas palestras, workshops e mesas de discussão envolvendo temas relacionados à bioeconomia e as oportunidades em uma sociedade digital, foi possível acompanhar as falas de lideranças dos setores financeiro, tecnologia, sustentabilidade e de outras áreas interessadas em inovação.
A inteligência artificial, no entanto, teve um destaque nas falas da maioria dos palestrantes. De acordo com uma pesquisa realizada pela Deloitte, 7 em cada 10 empresas investirão em IA ainda em 2023, apontando a necessidade de compreender quais são as melhores alternativas.
Inteligência artificial generativa é a nova demanda
Os palcos e salas de workshops trouxeram uma grande variedade de temas, mas foi notável o interesse dos congressistas sobre a maior tendência do momento: inteligência artificial generativa.
As palestras que envolviam o ChatGPT e as possibilidades de uso da IA generativa na jornada dos clientes atraíram os maiores públicos do evento. Seja para melhorar a experiência dos usuários, diminuindo a fricção, ou para aumentar a segurança nas transações, o uso da inteligência artificial tornou-se uma demanda do mercado.
Aplicado aos chatbots, por exemplo, a IA generativa permite criar um atendimento mais completo através do chat ou WhatsApp, levando economia às empresas e oferecendo mais possibilidades aos clientes.
Por outro lado, essa tecnologia também pode ser utilizada para a sofisticação da engenharia social, tornando as fraudes mais difíceis de serem detectadas e evitadas pelos sistemas que são utilizados atualmente.
Soluções antifraude no FEBRABAN TECH
Segundo a Meta, o WhatsApp está presente como um canal de pagamento para a maioria dos bancos. Essas transações tiveram um crescimento de 531% no ano, atingindo o total de 56,2 milhões. Entre essas transações, 37% são de operações financeiras via Pix e 29% de renegociações de dívidas.
Já entre as transações não financeiras, os bancos têm usado a plataforma para consultas de saldos e extratos (24% do total), assim como para informar questões de cartão de crédito (10%).
Com isso, é necessário também pensar em formas de autenticação eficientes, que ajudem a evitar fraudes. Além disso, essas soluções precisam estar alinhadas com a necessidade de melhorar a experiência dos usuários. Cada vez mais empresas buscam a diminuição na fricção nas jornadas, possibilitada por ferramentas que conseguem uma melhor adequação a cada canal.
Entre as soluções antifraude que se destacaram no evento estão aquelas que unem a inteligência artificial à jornada do cliente, diminuindo a vulnerabilidade advinda da utilização inadequada de senhas e outros dados pessoais. A biometria de voz, por exemplo, foi uma das soluções apontadas por profissionais do WhatsApp e outras plataformas que estiveram presentes no evento.
Ao utilizar características únicas da voz humana, como frequência, entonação e padrões de fala, as tecnologias de biometria de voz são capazes de autenticar de forma confiável a identidade de um indivíduo. Isso permite que os usuários acessem sistemas e serviços com facilidade e conveniência, eliminando a necessidade de senhas complexas ou processos demorados.
A utilização dessa solução proporciona uma camada adicional de proteção contra fraudes, uma vez que os impostores enfrentam dificuldades significativas para enganar os sistemas de autenticação baseados na voz. Com sua capacidade de aprimorar a experiência do usuário e garantir a segurança dos serviços, a biometria de voz se estabelece como uma solução inovadora e eficaz para atender às demandas atuais de UX e antifraude.
*Marcelo Peixoto é CEO na Minds Digital e tem mais de 15 anos de experiência no mercado de tecnologia, já passou por empresas como IBM, Techbiz, BS2, Banco BMG e BMG Money. Formado em publicidade e propaganda na UniBH e pós-graduado em gerenciamento de projetos na PUC de Minas Gerais.