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Brasileiros criam primeiro clube de empreendedorismo para PMEs estreitarem relações entre França e Brasil

FBE - France Brésil Empreendedores

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Um grupo de quatro empreendedores brasileiros está aquecendo o intercâmbio entre pequenas e médias empresas brasileiras e francesas. A partir de experiências complementares dentro do ambiente empreendedor europeu, os empresários internacionais Caroline Frassão, João Lee, Rafael Sasso e Roberto Abramovich lançam oficialmente neste mês a France Brésil Empreendedores (FBE), primeira associação sem fins lucrativos dedicada exclusivamente às PMEs que querem atravessar o Atlântico para fazer negócios.

A France Brésil Empreendedores nasce com nove empresas associadas: Softwrap, SW Bank, Zeidler Capital, Liquid Pass, Meta Markets, além das empresas dos fundadores, Ryto Public Affairs, Risknow, Simplex e Innovation in Action. O grupo buscou parcerias com a Câmara de Comércio França Brasil e a ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas, para potencializar os impactos do hub também na geração de conhecimento, novas sociedades e oportunidades de negócio entre os membros.  

Cenário não tão global

Segundo a Fundação Dom Cabral, em 2018 apenas 500 companhias brasileiras possuíam operações físicas no exterior, o que corresponde a 0,01% das empresas constituídas no país. “Falamos muito sobre globalização e o Brasil é uma nação com baixíssima internacionalização de empresas, mas enorme potencial. Quando esse tema é trazido para o ambiente das startups então, os desafios são ainda maiores, porque o empreendedor não tem tempo nem as fontes necessárias para se dedicar ao assunto, o que resulta em insucesso. Esta é a principal dor que vamos atacar com essa rede de apoio”, comenta Roberto Abramovich, presidente da FBE, fundador da Innovation in Action e professor de Marketing na IÉSEG School of Management.

A France Brésil Empreendedores irá potencializar negócios franco-brasileiros por meio de abordagens técnicas e comportamentais, não apenas disponibilizando listas de contatos, mas efetivamente conectando seus associados entre si e a dezenas de investidores anjo, fundos de venture capital, aceleradoras e uma série de outros investidores institucionais por meio de agendas presenciais e virtuais.

“Conseguir contatos é fácil, o difícil é se conectar e efetivamente fechar negócio fora do nosso país de origem, porque é preciso uma série de entendimentos regulatórios, culturais e técnicos para quebrar padrões e conquistar empresas ou consumidores internacionalmente”, pondera Abramovich. 

Roberto Abramovich, presidente da FBE

Como a dinâmica de comunicação direta entre associados é prioritária, a FBE pretende crescer com qualidade sua base de associados. “Não temos pressa para atingir grandes números a qualquer custo. Temos a expectativa de alcançar entre 30 a 40 membros – em sua maioria scale ups brasileiras – nos próximos seis meses e, quem sabe, encerrar 2023 com 80 participantes”, revela Rafael Sasso, vice-presidente de Relação com Associado da FBE, CEO da Risknow, investidor anjo e empreendedor em série. Segundo a instituição, o efeito multiplicador é muito relevante, uma vez que a média de contatos de cada membro é de 2 mil pessoas. “Em seis meses podemos ter um alcance de quase 100 mil pessoas, descontando ainda parcerias bilaterais com embaixadas, câmaras de comércio e outros stakeholders”, pontua Sasso. 

Novo governo anima os franceses

De acordo com os fundadores, o recente resultado das eleições brasileiras reabre um canal de comunicação não apenas com a França, mas com a Europa. “Os europeus estão ansiosos para a retomada de agendas. O ecossistema no continente demanda ações de sustentabilidade, energia alternativa, e com a Europa em um quadro recessivo, a aproximação com brasileiros é extremamente estratégica, porque é também uma porta de entrada para a América Latina”, explica Caroline Frassão, vice-presidente de Relações Institucionais e Públicas da FBE e sócia-fundadora da Ryto Public Affairs.

No campo das pesquisas relacionadas a tecnologia e inovação, o Brasil é o parceiro de cooperação científica mais importante da França na América Latina. “A França é o terceiro maior parceiro científico do Brasil, em um modelo estruturado em torno de formações de ponta e parcerias de alto nível entre organismos de pesquisa dos dois países. Temos muito a explorar, conectando os dois lados dessa relação”, completa Frassão.

Flexibilidade, disciplina e burocracia

Para a France Brésil Empreendedores, há espaço para trocas importantes entre os membros dos dois países. “Tanto os brasileiros quanto os franceses temos as mesmas dificuldades. Em ambos os países é preciso estar em bons círculos de contatos para destravar agendas com os tomadores de decisão certos. Os dois países têm um cenário fiscal engessado e falar com alguém que já passou por esse processo é fundamental,” destaca Sasso.

No campo cultural, as diferenças também podem gerar complementariedades. “O brasileiro tem o senso de adaptabilidade e velocidade fora do comum, o que imprime uma energia única para os negócios, principalmente na área comercial. Já o francês é muito mais analítico, fazendo-o perder algumas oportunidades”, afirma Abramovich.

“Por outro lado, a tecnologia brasileira é muito desafiada na França, porque é um país com experiência centenária nesse assunto. Atualmente é muito difícil encontrar tecnologias trazidas por nós que nunca tenham sido vistas na Europa. Apesar de vivenciar um processo de validação mais agressivo, mesmo assim o brasileiro é capaz de atrair investimentos americanos e tem uma capilaridade importante dentro da América Latina, o que pode dar uma boa impressão ao mercado francês”, completa Abramovich. 

Lançamento oficial

No dia 8 de novembro, em Paris, a France Brésil Empreendedores organizou o primeiro de uma série de eventos híbridos que farão parte das atividades do clube. Para marcar a data, estão confirmadas autoridades governamentais, empresários e grandes nomes da inovação. “Inteligência Cultural: Reduzindo os Riscos nas Relações Franco-Brasileiras” e “Inteligência Competitiva: práticas e especificidades do mercado francês” serão os painéis principais da noite.

Serviço

Horário: 13h30 às 16h15 de Brasília

Investimento: gratuito

Link para inscrição: https://www.fbe.digital/launchpad/

Idioma: francês