O consumo consciente, reciclagem, re-uso são as práticas mais envolvidas na moda circular. Este nicho vem crescendo a cada ano, mostrando a mudança do olhar das pessoas em relação às peças paradas no guarda-roupas, a ampliação do entendimento da importância do consumo consciente e a crise econômica causada pela pandemia fez com que as peças de luxo com preços mais convidativos ganhassem destaque.
O mercado de second hand/resale tem uma expectativa de aumento de 126% até 2026, sendo essa projeção 3x mais rápida do que a do mercado de roupas tradicional, segundo um relatório divulgado pela ThredUp.
Segundo a fundadora do ‘Desapega que a vida carrega’ Natália Martinhão esse número revela uma sociedade mais consciente da poluição que a indústria causa e que o reuso faz com que a vida útil da peça se estenda. “Você vê uma crescente por peças vintage, as pessoas começam a entender que a qualidade da peça é algo que dura para sempre”, comenta.
Ainda de acordo com o mesmo relatório, as peças second hand estão transformando os armários dos consumidores, mostrando que cada vez mais eles estão conscientes e dispostos a mudar a maneira que consomem. Artigos de segunda mão caracterizaram apenas 4% do guarda-roupa de inúmeras pessoas em 2011, porém houve um salto para 9% em 2021 e tem um crescimento esperado de 9 pontos até 2031. Conforme a ThredUp, 81% dos compradores que foram entrevistados para a pesquisa e que compraram pela primeira vez em brechós disseram que gastariam a mesma quantidade ou mais neles nos próximos cinco anos.
Esses dados apresentam a realidade do ‘Desapega que a vida carrega’ criado em 2017 e sendo considerado hoje o maior brechó do Nordeste, a marca está em plena expansão e acaba de aterrizar em São Paulo, com investindo R$ 400 mil no novo projeto. São mais de 3 mil peças vendidas por mês e o estoque conta com 30 mil peças e recebe entre 500 e 600 produtos por dia.
Brechós existem há muito tempo, mas nunca ganharam tanta relevância no mercado de moda. As práticas sustentáveis estão orientando, atualmente, o mundo dos negócios. A pandemia, as notícias correntes sobre o aquecimento global, a preocupação com os índices de poluição via indústria da moda e a possibilidade de economizar dinheiro são fatores que influenciaram, nos últimos anos, a motivação do consumo de itens de segunda mão.
A geração Z (nascidos entre 1995 e 2015), mais atenta às questões do meio ambiente, é a responsável por arrancar qualquer resquício de preconceito que ainda pudesse existir em relação ao hábito de comprar em brechó. O fato de serem jovens nativos digitais também ajudou.