Grande parte da repercussão de mais um caso de racismo vivido por Vini Jr aconteceu em redes sociais. Segundo a Vert.se Inteligência, consultoria em inteligência de dados com foco, principalmente, em mídias sociais, foram mais de 131 mil posts sobre o tema nos últimos 7 dias, a maioria vinda do Twitter (67%).
Em seu post-desabafo, o atleta pediu a criminalização dos responsáveis e alguma atitude por parte dos patrocinadores. Do total de posts sobre o tema, pouco menos de 20% foram de organizações.
E AS MARCAS, COMO FICAM?
Entre as menos de 20% de organizações que falaram sobre o tema, a Nike (patrocinadora de Vini Jr. há mais de uma década) aparece em post (com mais 1.7 milhões de likes e mais de 9 mil comentários) se solidarizando com o jogador e exibindo uma imagem com a frase “Stop looking the other way”, remetendo à expressão que significa ignorar de propósito algo que pode ser desagradável, imoral ou ilegal.
A Puma, patrocinadora do Valência e fornecedora da bola oficial do compeonato, falou por meio de comunicado à imprensa. “Na Puma, não toleramos o racismo, condenamos a discriminação de qualquer forma e nos solidarizamos com Vinícius Junior e toda a comunidade do futebol ao condenar os eventos de ontem”, disse à agência Reuters.
O Santander, principal patrocinador, que dá nome à La Liga nesta temporada, também divulgou um texto. “O Santander rejeita veementemente todo racismo e discriminação, seja qual for sua forma”, afirmou o banco espanhol.
Já a EA Sports, Microsoft, Cervezas San Miguel, Sorare, BKT, Gol-Ball, Golazos e Panini são os patrocinadores da La Liga que optaram pelo silêncio, com zero posicionamento sobre o assunto.
E COMO FOI A RECEPTIVIDADE DESSE POSICIONAMENTO?
A Vert.se Inteligência analisou os posts das principais marcas e pessoas que optaram por se posicionar sobre o assunto. Observamos cerca de 60% de todos os comentários para descobrir qual foi o sentimento despertado em quem acompanha tais organizações. A média de aprovação foi de quase 82%. A seguir, nossas descobertas.
PONTO DE ATENÇÃO EM COMUM
Marcas que se posicionam precisam se preparar para o SAC. Geralmente, em posts opinativos, as médias de alcance e engajamento aumentam nesses casos. Marcas com ‘teto de vidro’ tendem a ficar expostas se não tiverem soluções eficientes para dialogar com seus clientes.
COMO SE PREPARAR?
Além de analisar o cenário e as possíveis repercussões, também é essencial pensar no melhor formato de expressar o posicionamento, como:
- Defender mudanças.
Uma empresa que opta por defender mudanças em tópicos delicados pode ser vista como líder na comunidade. Quando uma marca escolhe apoiar uma causa, o primeiro direcionamento é selecionar qual o tema que faz sentido para a sua atuação e público. Mas pensar somente nos clientes não é o suficiente. O posicionamento estratégico começa dentro de casa, com os colaboradores. Trabalhar a cultura interna, oferecendo informação por meio de cursos e treinamentos, é o primeiro passo para fortalecer os valores da companhia.
- Educar
Ao educar os consumidores sobre questões sensíveis, uma marca pode ajudá-los a tomar decisões mais precisas. Isso pode ser com campanhas informativas, rotulagem de produtos ou postagens em mídias sociais.
- Ação conjunta
Uma empresa bem relacionada pode se beneficiar do apoio de outras marcas. Isso pode ser feito por meio de campanhas de marketing colaborativas para aumentar a conscientização sobre determinado assunto